sexta-feira, 6 de maio de 2011

A FORCA DE TRABALHO DA MELHOR IDADE


     São cerca de 22 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Desses, cerca de 6,5 milhões ainda trabalham por várias razoes. Trata-se de um contingente impressionante, muitos deles com invejável formação, fluência em idiomas e experiência acumulada em diferentes culturas. Seguramente, nesse grupo há um vasto bolsão de experiência e talento disponível a ser ainda aproveitado. Afinal, todo dia se noticia a carência de alguns tipos de mao de obra especializada, visto que o Brasil não formou material técnico e líderes em quantidade suficiente para atender a demanda que está sendo noticiada. Com certeza, muitos dos que alcançaram esta senioridade estão disponíveis e dispostos a reingressar ao mercado de trabalho. Para que isso aconteça, porém, será necessário resolver importantes equações que aparecem nos dois lados. Do lado da empresa, a imagem que ela tem dessas pessoas e de quais são as suas necessidades. Do lado dos sessentões, o que tem a oferecer as empresas, o que querem fazer e a título de que?
      Não se tratam de equações simples e, por isso, devem ser encaradas de maneira séria e concreta por pessoas e instituições. O aumento da longevidade está sendo acompanhado pelo encurtamento do tempo de carreira corporativa. Mesmo contra a vontade, bons profissionais deixam as suas carreiras mais cedo e passam a enfrentar um longo período de aposentadoria precoce e forcada, na maioria das vezes, precisando trabalhar para completar as suas rendas. É necessário refletir  sobre o que as empresas podem ainda querer dos nossos sessentões. É evidente que não se fala de fazer, um percurso de carreira, pois são pessoas que já encerraram seu ciclo clássico de vida corporativa. Melhor pensar em reinventar a contribuição possível desses seniores. É difícil imaginar que, com toda experiência adquirida, não possam ser úteis de alguma forma.
     Do ponto de vista do sessentão, muito raramente existe a pretensão de refazer carreira. As razoes que o levam a trabalhar são várias, além da necessidade de renda, dar sentido a vida e viver dignamente, preservar a saúde física e mental com atividade variada, transmitir conhecimento e ajudar pessoas, entre outras tantas. O sessentão tem características que deveriam ser consideradas como importantes para sua inserção no mercado de trabalho. É próprio de sua faixa etária o equilíbrio emocional e a capacidade de examinar situações conflituosas com serenidade. A diversidade faz parte de seu repertório pessoal. Seu pacote de experiência lhe permite comparar situações racionais e produtivamente e, assim, buscar soluções interessantes, apropriadas e, muitas vezes, inusitadas. É fundamental que o sessentão, o sênior, seja visto com a vontade e o desejo de fazer o que há de melhor para as instituições e, claro, para ele.

Fonte: Antonio Vidal Filho, executivo de RH e consultor de empresas

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