quinta-feira, 5 de maio de 2011

A TAL GERACAO Y


     Certas atitudes de jovens que estão começando a trabalhar surpreendem os empresários e os colegas mais velhos e está forçando companhias dos mais variados segmentos se adaptar para evitar conflitos e garantir melhores resultados. A chamada geração Y, formada por quem está chegando aos 30 anos, nasceu na era da internet, é questionadora e, acima de tudo, impaciente, ávida por respostas rápidas. São contestadores tanto no ambiente profissional como em casa.
     “Para eles, nem sempre é obrigatório acatar o que o chefe está propondo só porque ele tem uma posição hierárquica superior. O chefe pode ser questionado. Isso também ocorre em casa. O pai diz para o filho chegar a um determinado horário e ele responde que isso é um problema dele, porque ele é quem vai ficar com sono no dia seguinte”.
     Sociólogos e empresas especializadas em pesquisas de mercado buscam a melhor definição para a geração Y e apontam como diferencial na sua formação os avanços tecnológicos das últimas décadas e a rapidez com que surgem novos equipamentos, como softwares e aplicativos para realizar as mais variadas tarefas do dia a dia. Daí, também os jovens serem chamados de “conectados”.
     Os especialistas consideram porem, que não foi apenas a chegada da internet e de outras ferramentas tecnológicas que fez surgir à geração Y. “Para eles”:uma geração nova só aparece quando há um novo modelo de comportamento e mentalidade. “Verificamos isso de tempos em tempos”.          
     Consultores explicam que as pessoas com idade entre 70 e 80 anos viveram tempos de guerras, o que exigia muita disciplina. Eles criaram seus filhos, os chamados baby boomers, com muita rigidez. Já os baby boomers ainda encaravam a disciplina como algo importante, mas começavam a sentir a necessidade de mudanças. Contra a guerra, viveram sobre o lema do “Paz e Amor”.
     Os filhos dos baby boomers formaram a Geração X, que já falava de igual para igual com os pais, mas ainda com alguns limites.  Os filhos desta geração X passaram a ter uma relação mais aberta com os pais, questionando o que eles dizem. Esses jovens formam a geração Y e levaram muitas destas características para o mercado de trabalho. Para resumir, podemos dizer que os baby boomers chamam o pai de senhor; os jovens da Geração X chamam o pai de pai; e os da geração Y, de veio.
     Sobre os conflitos de gerações, o consultor Sidnei Oliveira e autor dos livros: Geração Y – Era das conexões – tempo de relacionamento e Geração Y – o nascimento de uma nova versão de líderes diz que “as empresas que conseguem promover o engajamento de suas jovens equipes e se preocupam em preparar os líderes para conviver com esta geração tem obtido resultados mais expressivos. O processo não é simples, mas haverá equilíbrio na medida em que os integrantes da geração Y alcançar posições mais consolidada no mercado de trabalho, com mais experiência e maturidade”.
     Segundo ele a mudança é inevitável, já que “nos próximos quatro anos, esses jovens serão mais da metade da forca de trabalho no Brasil. Hoje eles já são mais 80% em alguns segmentos, como as centrais de call Center ou o comércio varejista”.
     Na opinião de Oliveira, os jovens estão pressionando as empresas a adotarem mudanças significativas. O modelo atual de organização empresarial surgiu a mais de 50 anos e não reflete mais a realidade. Trabalhar em casa já não é mais um absurdo. Conceito como “dias úteis” e “horário comercial” foram alterados por conta da tecnologia digital. “O novo profissional sabe que o trabalho está invadindo sua vida pessoal e, por isso, acha natural que sua vida também invada o trabalho”.
     Outro diferencial dos integrantes da Geração Y no mercado de trabalho é a capacidade de se virarem sozinhos para resolverem seus problemas. “Os mais velhos tinham modelos de aprendizagem e seguiam a risca o que estava nos manuais. Atualmente, diante de tantas informações novas o tempo todo, os jovens já não param para ler. Eles adotaram um modelo de tentativa e erro. Se der certo, ótimo. Se errarem tenta novamente. Errar já não é mais um problema tão grave. Faz parte do jogo”.

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