segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dilma defende "pouso suave" da inflação


A presidente Dilma Rousseff disse que o governo está "criando um quadro de inflação sob controle", mas não abre mão do crescimento econômico e defendeu um "pouso suave" da inflação, em entrevista dada nesta sexta-feira a cinco jornais.
"Estamos fazendo o chamado pouso suave, com taxa de crescimento e de emprego adequadas ao país", disse Dilma a jornalistas, segundo publicou na Internet o jornal Folha de S. Paulo.
A presidente argumentou ao jornal, que uma política de convergência da inflação com o centro da meta no "curtíssimo prazo teria um efeito danoso a economia". Contudo, ao ser questionada sobre qual o prazo para  o Brasil voltar a ter a inflação no centro da meta, Dilma afirmou apenas que o governo  a optou de manter "a economia crescendo de forma consistente".
Até junho, a inflação acumulada em doze meses pelo IPCA foi de 6,71%, acima do teto da meta fixada pelo governo para este ano, com centro em 4,5% e dois pontos de tolerância. Ela afirmou também que problemas "conjunturais" fizeram com que a inflação neste ano rompesse o teto da meta. Citou o preço do etanol e argumentou que isso já estaria "minimizado".
Nas próximas semanas, o governo deve reduzir o percentual de álcool anidro na gasolina e, com isso, espera equilibrar os estoques de etanol e evitar que uma alta dos preços pressione a inflação ainda neste ano. A presidente também disse que considera "correta" a postura do Banco Central, que nesse ano já aumentou a taxa básica de juros em 1,75 pontos percentual.
Afirmou estar preocupada com o cenário internacional e que se o governo perceber alguma "ameaça" de contaminação por causa das crises na Europa e nos Estados Unidos adotará "medidas duras".
Dilma porem deixou claro que não é hora de adotar medidas para conter a valorização do real frente ao dólar. "Você acha que a gente pode fazer alguma coisa se a gente não sabe se o pessoal está brincando na beira do abismo ou se já criou uma rede de proteção?", disse, em referência à crise externa e os efeitos sobre o câmbio.
Na avaliação da presidente, seria "um absurdo" haver um calote da dívida americana "mas nunca se sabe". Essas incertezas, segundo ela impedem o Brasil de tomar medidas para conter os movimentos do câmbio. "O mundo está andando de lado. Deixa-oele andar para frente que a gente decide", disse.
Afirmou também que no próximo dia 2 lançará a nova política industrial, mas descartou que entre as medidas a serem anunciadas estará à desoneração da folha de pagamento, que é aguardada pelo setor produtivo. Isso será feito "na seqüência", segundo Dilma.

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