sábado, 28 de abril de 2012

A LUTA PELO MERCADO AGRÍCOLA GLOBAL

A disputa pelos mercados agrícolas globais é duríssima, e vale tudo para conquistá-los. É luta sem empate: ou se ganha ou se perde. E perder é sinônimo de “morte” na competição, em geral, irreversível.
      O Brasil deu um salto espetacular nas exportações crescendo de U$$ 21 bilhões em 2000, para U$$ 94 bilhões em 2011. E já se fala em novo recorde em 2012, próximo dos U$$ 100 bilhões.
      É claro que os exportadores dos outros países, fazem de tudo para reverterem suas perdas, buscando defeitos em nossos produtos, para, com isso, nos eliminar da concorrência.
      Nessa campanha, usam desde as barreiras tarifárias, quotas de importação, os picos tarifários (impedem a entrada de produtos de maior valor agregado), até as barreiras não tarifárias (barreiras sanitárias, ambientais e sociais). Tudo pelo mercado sejam ou não válidas ou éticas as armas utilizadas.
      Acabamos de viver um desses problemas com a exportação de suco de laranja para os Estados Unidos. Usa-se aqui no país o “agrotóxico” carbendazim para combater fungos no laranjal, e ele é proibido para produtos citrícolas nos EUA.
      Amostras mostraram o suco daqui com valor acima de 10 partes por bilhão (ppb) do fungicida, o que não é permitido. Com isso, cancelaram as importações com grandes prejuízos aos citricultores brasileiros. 
      Podemos argumentar que a exigência americana é muito alta, visto que na Europa o limite aceito é de 200 ppb e a OMS estabelece como seguro o limite de 1.000 ppb. Podemos argumentar também, e com razão, que o suco é diluído, para ir ao consumo: ninguém toma suco concentrado, de modo que o produto diluído não oferece nenhum risco ä saúde. Ainda podemos dizer que faltam fungicidas alternativos em nosso mercado. Podemos usar muitos argumentos, todos válidos, mas a verdade é que aplicamos um produto proibido nos EUA, e ponto final.
      Resumindo tudo, a indústria de suco de laranja brasileira, informa que só será possível exportar o suco sem esse componente em 18 meses.
      Aliás, usamos aqui o termo “agrotóxico” que é uma palavra que carrega uma simbologia negativa. O certo é usar a expressão que o mundo inteiro já usa há muito tempo: defensivo agrícola.

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