quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Recessão prolongada na Europa preocupa Dilma, dizem aliados

   
     
    
A presidente Dilma Rousseff afirmou na terça-feira em reunião com o PSB, PCdoB e do PDT que está preocupada com os efeitos no Brasil de uma recessão prolongada da economia européia, com a desvalorização do dólar. Ela tem se reunido com os  líderes de partidos aliados tentando uma reaproximação e pedindo que se unam para ajudar o governo a enfrentar os efeitos da crise global no País. Segundo Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT que participou do encontro, Dilma acredita que a crise global se estenda por mais um ano e meio. "Ela voltou a dizer que o Brasil está preparado para enfrentar a crise e o que nos atrapalha um pouco é a desvalorização do dólar", contou Lupi à Reuters. O líder do PDT na Câmara, Giovanni Queiroz (PA), lembrou que a presidente comentou também que a recessão prolongada da Europa "pode trazer problemas a nossas exportações e ao preço das commodities". Dilma disse que precisará aprovar as medidas macroeconômicas enviadas ao Congresso e que é fundamental estarem unidos nesse momento e, por isso, está se aproximação da classe política. Na avaliação do presidente do PSB, Eduardo Campos, nos primeiros seis meses Dilma gastou suas energias para controlar a inflação e formatar os programas do governo e, "agora, o diálogo é a palavra chave". O governo precisa agora dialogar "para fora, com o Congresso, com prefeitos e com os governadores". A falta de diálogo com a classe política é apontada como a principal origem dos problemas de relacionamento de Dilma com os partidos e foi também um dos fatores que motivou a saída do Partido da República (PR) da coalizão governista.
EntendaNo auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.
A primeira a entrar em colapso foi à Grécia, cuja dívida pública alcançou 340, 227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com esse alerta as economias de outros países foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção pela fragilidade econômica. O fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.
Um fundo de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Para ter acesso ao pacote do fundo, as nações precisam se adaptar as condições do FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.
Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público - de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) – agora em maio. Na ocasião, o Tesouro usou ajustes de contabilidade e receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O governo passou por longo período de negociações para elevar o teto. O acordo veio só perto do final do prazo (2 de agosto) para evitar uma moratória e prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões).

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