sábado, 19 de maio de 2012

Cachaça orgânica que troca ácido por limão é aposta no RN

Uma cachaçaria artesanal, de Pureza, balneário no interior do Rio Grande do Norte, aposta na produção orgânica da bebida para se firmar nos mercados nacional e internacional.
Entre as medidas adotadas pela Agroindustrial Extrema para livrar o produto de substâncias químicas nocivas, está a retirada de agrotóxico da plantação de cana-de-acucar, e à troca do ácido sintético, usado nas usinas de produção em grande escala, por suco de limão, que possui ácidos naturais, na fermentação da cachaça.
Com essas medidas, a fábrica conseguiu certificação de que a bebida é totalmente livre de compostos químicos, pelo IBD (Instituto Biodinâmico), e despontou como um pólo produtor da cachaça orgânica.
. “Para ser orgânica, tem de comprovar até que o esterco usado no adubo veio de um gado alimentado com vegetais sem agrotóxicos. Como resultado, a cachaça sai com melhor qualidade", diz Anderson Faheina, diretor da Agroindustrial Extrema.
Um dos projetos da empresa é a coleta e tratamento do esgoto de um bairro próximo à fazenda. O sistema instalado pelo empresário beneficia cerca de cem pessoas e a água tratada é reutilizada na irrigação da plantação de milho.
"Nenhuma casa da cidade, tinha saneamento básico. É um contraste muito grande e queríamos dar um exemplo de proteção ambiental", declara. O nome do município, Pureza, é originado justamente de suas águas puras e nascentes de rios.
O milho irrigado com a água tratada é utilizado para alimentar o gado. Daí, originou a idéia de implantar uma ação social em complemento ao projeto ambiental.
O leite gerado pelas vacas do rebanho é rotulado e entregue à Pastoral da Criança, que o distribui para crianças com até quatro anos de idade e baixa renda familiar. Ao todo, 25 crianças são beneficiadas pelo programa.

Ações ambientais e sociais criam empatia com o público

Além de gerar empregos, a função de uma empresa é desenvolver o seu entorno. Com ações ambientais e sociais, ela deixa de ser uma ilha, cresce junto com a população local e cria uma empatia com o público.
"É também um marketing indireto. A empresa passa a ser encarada como uma marca amigável e será priorizada na hora do consumo."
Cerca de 20% da produção da Agroindustrial Extrema é destinada à exportação. A cachaça vai para os Estados Unidos e para a Europa e, com a notícia de que a cachaça será reconhecida como produto genuinamente brasileiro pelos norte- americanos, o percentual pode aumentar.
"O consumidor do bom vinho quer saber qual a origem do produto, como foi feito e quais matérias-primas utilizadas. Com a cachaça brasileira será a mesma coisa.
“Parece simples, mas é uma mudança cultural”, afirma.
A fábrica tem capacidade para produzir 200 mil litros por ano de cachaça e licores artesanais e orgânicos, sendo que 80 mil litros são de cachaça envelhecida. O faturamento anual da empresa chega a R$ 680 mil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário