sábado, 19 de maio de 2012

Imóveis: governo quer ampliar crédito para reforma e construção

      O governo deve acelerar a oferta de financiamento para construção, reforma e ampliação de imóveis residenciais a fim de aquecer a economia. Entre as medidas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciará linha de crédito para pessoas físicas comprarem material de construção de até R$ 20 mil, a juros de 12% ao ano e prazo de pagamento de até 120 meses, informou a fonte.
      A linha de crédito para construção e reforma foi criada no início do ano com a previsão de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), mas não saiu do papel. Mantega se comprometeu com os empresários do setor a resolver os entraves que faltam para que os recursos cheguem aos consumidores. Essa ação para tornar os recursos disponíveis abrangerá a Caixa Econômica Federal.
      O governo vai anunciar ampliação dos itens da construção civil beneficiados com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Atualmente, fazem parte da isenção e redução do tributo itens como cimento, areia, brita e cal, e podem ser incluídos materiais de acabamento, entre eles porcelanatos e louças.
      O estímulo ao consumo mostra a preocupação do governo com a queda no nível da atividade econômica.No final do ano passado, esperando um estímulo às compras, o ministro da Fazenda anunciou uma série de ações: a redução do IPI para linha branca, além da redução do IOF.
      A nova rodada deve-se ao fato de que essas iniciativas têm demorado em surtir efeito. No setor automotivo, onde há elevado estoque nos pátios das montadoras e concessionárias, o governo detectou que o principal problema é o crédito. Um dos instrumentos de que o governo dispõe para destravar os financiamentos é reduzir a alíquota de 2,5% do IOF.
Na tarde de sexta-feira, Mantega se reuniu com a Fenabrave, associação que representa as concessionárias de veículos. O presidente da entidade, Flávio Meneghetti, disse ter sido informado pelo ministro que o governo está conversando com vários setores da economia, sem ter indicado, porém, "anúncio de medidas logo".
Meneghetti relatou ter dito ao ministro as frágeis condições do setor automotivo, cujas vendas de automóveis caíram 3,4% nos primeiros quatro meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2011.

Injeção do BNDES

O Tesouro pode repassar parte dos R$ 45 bilhões previstos para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). Essa injeção tem como objetivo aumentar os recursos disponíveis ao fomento da atividade econômica.
Haveria ainda, determinação da presidente Dilma Rousseff à Fazenda para que repasse mais recursos aos ministérios diante da estagnação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da liberação de recursos de convênios.
Entre as medidas, o governo liberaria restos a pagar a cada 15 dias e autorizaria mais convênios de ministérios com Estados. A liberação não afetaria o cumprimento da meta cheia do superávit primário, estipulada em R$ 139,8 bilhões.

Crescimento menor

A previsão oficial do governo ainda é de alta de 4,5% no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, mas estaria sendo revisado para perto de 3%. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) divulgado pelo Banco Central mostrou expansão de apenas 0,15% no primeiro trimestre. Apesar do número baixo, a avaliação da área econômica é que o percentual ficará em torno de 0,40%, informou fonte próxima à área econômica.
Desde o final do ano passado, o governo temia que os piores efeitos da crise internacional fossem sentidos no Brasil entre os meses de março e maio deste ano. Naquela época, a equipe econômica já previa que nos seis primeiros meses o problema do crédito se agravaria.

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